Cardiomiopatia dilatada em cães: saiba os riscos para cães de grande porte

agosto 12, 2024
Dois cachorros da raça doberman lado a lado ao ar livre.

A cardiomiopatia dilatada em cães (DCM) é uma doença cardíaca crônica que afeta principalmente raças de grande porte ou gigantes, inclusive, essa é uma das principais doenças que esses animais desenvolvem.

Entre as raças mais afetadas, podemos citar:

  • Doberman;
  • Dogue alemão;
  • Boxer;
  • São Bernardo;
  • Irish Wolfhound (Lébrel irlandês);
  • Afghan Hound (Galgo afegão);
  • Newfoundlands (Terra-nova);
  • Old English Sheepdog (Pastor inglês). 

Mas, além dos animais de grande porte, a doença também pode afetar animais menores, como o Cocker Spaniel Inglês.

A causa da cardiomiopatia dilatada em cães ainda é desconhecida. Contudo, acredita-se que fatores genéticos possam estar associados a ela.

Para entender melhor sobre esta doença, como realizar o diagnóstico e como proceder com o tratamento mais eficaz, continue sua leitura.

O que é cardiomiopatia dilatada em cães?

A DCM é uma doença que afeta o funcionamento do coração, mais especificamente os ventrículos, e ocorre por causa de alterações no músculo. 

Ela é caracterizada pela ocorrência de dilatação ventricular, disfunção sistólica e arritmias. Essas alterações podem levar à insuficiência cardíaca congestiva e, eventualmente, ao óbito do animal de estimação.

Além das raças com predisposição genética a desenvolver a doença, a cardiomiopatia dilatada em cães acomete principalmente cães idosos e, majoritariamente, machos.

Inclusive, a doença parece apresentar estruturas anatômicas antes nos machos do que nas fêmeas.

Sintomas da cardiomiopatia dilatada canina

Sintomas da cardiomiopatia dilatada em cãesFase Pré-Clínica ou Fase Oculta:
Os animais geralmente não apresentam sintomas clínicos evidentes;
É possível observar anomalias estruturais e elétricas;
Pode durar meses a anos;
A fase termina com o aparecimento dos sinais clínicos.
Sintomas da cardiomiopatia dilatada em cães
Fase Clínica ou Fase Sintomática:
-Os cães afetados começam a apresentar os primeiros sinais clínicos;
-Existe a possibilidade de morte súbita;
-A duração desta fase é variável;
-O tempo de sobrevida do animal é geralmente curto.

Os sinais clínicos incluem:

  • Caquexia (fraqueza);
  • Dispneia (dificuldade respiratória);
  • Desmaio;
  • Cansaço;
  • Falta de fôlego;
  • Tosse;
  • Ascite (acúmulo de líquido no abdômen);
  • Taquicardia.

Conforme um artigo sobre a doença, também é comum a presença de mucosas pálidas e preenchimento capilar aumentado.

Outro fato interessante da DCM é que os sintomas podem variar de acordo com o ventrículo afetado, segundo o estudo Cardiomiopatia dilatada em cães e gatos 

Como o ventrículo no lado esquerdo é responsável por bombear sangue para o restante do corpo, os sinais clínicos incluem dificuldade de respirar e tosse.

Já quando o animal mostra insuficiência cardíaca no lado direito, os sintomas estão associados à retenção de líquido, distensão das veias e aumento do abdômen.

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Como realizar o diagnóstico?

O diagnóstico da cardiomiopatia dilatada em cães envolve a realização de radiografia e tomografia (ecocardiograma) para avaliar a dimensão do coração e do abdômen, que alteram de acordo com o desenvolvimento da doença.

Assim, é possível avaliar:

  • Tamanho dos átrios e dos ventrículos; 
  • Espessura do epicárdio, do miocárdio e do endocárdio; 
  • Funcionamento das válvulas cardíacas; 
  • Alterações nas artérias e veias, pulmonares e cardíacas.

Também é necessário realizar um eletrocardiograma (ECG), com o auxílio de um monitor multiparamétrico veterinário, para monitorar a frequência cardíaca e respiratória do paciente, que se alteram com a progressão da DCM.

Os equipamentos da Delta Life contém vários parâmetros integrados, como eletrocardiógrafo, oxímetro, temperatura, curva pletismográfica, saturação de oxigênio, entre outros.

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Além disso, é necessário realizar um exame clínico para verificar o peso do animal, que aumenta por causa da retenção de líquidos, que ocorre principalmente nos membros inferiores.

Outros exames complementares podem ser realizados, como perfil hematológico, bioquímica sérica e testes endócrinos.

Cardiomiopatia dilatada em cães: tratamento varia com a gravidade

Em um primeiro momento, a abordagem terapêutica é impedir a progressão da doença e retardar o aparecimento dos sintomas.

Mas, quando o paciente se encontra na fase clínica, o tratamento da cardiomiopatia dilatada em cães consiste em corrigir algumas consequências causadas pela doença.

Para melhorar o bombeamento de sangue, por exemplo, é possível administrar certos medicamentos, como Benazepril e Pimobendan.

O Benazepril promove a dilatação dos vasos sanguíneos, o que reduz a pressão arterial e melhora o fluxo sanguíneo. Já o Pimobendan ajuda a aumentar a força de contração do músculo cardíaco. 

Dessa forma, o tratamento para DCM consegue reduzir a sobrecarga no coração e retardar a progressão da doença.

Além disso, deve-se fazer o uso de diuréticos, para diminuir a retenção de líquido e inchaço, para aliviar o desconforto do animal e melhorar a eficiência do coração.

A prescrição de antiarrítmicos é essencial para prevenir o risco de morte súbita, que permite o controle da frequência cardíaca ventricular

Também é preciso acompanhar regularmente o avanço da doença, para aliviar o desconforto do animal e, assim, garantir uma melhor qualidade de vida.

Na maioria dos casos diagnosticados com cardiomiopatia dilatada canina, não é possível regredir a doença, ou seja, não há uma cura. Por isso, é uma doença grave e possui uma alta taxa de mortalidade. 

A maioria dos cães não sobrevive mais do que 3 meses após a apresentação dos sinais clínicos, ou seja, entre 25% e 40% dos animais com DCM vivem mais de 6 meses.

Como acredita-se que existem genes que manifestam a doença, recomenda-se que animais diagnosticados não se reproduzam, para evitar a disseminação da DCM por meio das gerações.

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