Leucemia felina: como o veterinário faz o diagnóstico?

outubro 11, 2024
Gato laranja em consulta com veterinário.

O vírus da leucemia felina provoca uma infecção incurável nos gatos, o que leva a um quadro de imunossupressão. 

Portanto, os felinos ficam suscetíveis a quaisquer outras doenças, o que pode ser bastante preocupante, uma vez que seu sistema imunológico não consegue combater os micro-organismos invasores.

Além disso, a leucemia felina pode resultar em uma variedade de sintomas, como perda de peso, febre, letargia e problemas respiratórios.

Por isso, é essencial que o veterinário acompanhe de forma regular o paciente e siga com a melhor abordagem para fortalecer o sistema imunológico do gato, além de orientar corretamente o tutor quanto aos cuidados.

Confira neste texto como a FeLV (leucemia felina) afeta os gatos e o que deve ser feito para prolongar sua vida, e com qualidade de vida.

O que é leucemia felina?

É um vírus (FeLV), que pertence à família Retroviridae, subfamília Oncovirinae, e gênero Gamma retrovírus, e possui material genético RNA.

Esse vírus ataca os glóbulos brancos, o que provoca o acúmulo de células anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

A leucemia felina é uma das doenças mais comuns entre gatos, por causa da forma de contaminação, como você verá em seguida.

A leucemia felina é contagiosa?

Sim, é uma doença altamente contagiosa. Em apenas um mililitro de saliva, é possível eliminar um milhão de partículas virais, conforme diz uma revisão sobre leucemia felina viral.

Gatos machos adultos não castrados com acesso à rua e doenças imunossupressoras correm um risco maior de sofrer a infecção.

A transmissão do vírus ocorre principalmente pelo contato com a saliva, a urina, as fezes ou o leite de gatos infectados, além de transfusões sanguíneas.

Portanto, a leucemia felina pode ser transmitida por meio de lambeduras, mordeduras, arranhaduras, gestação e amamentação de filhotes.

Assim sendo, a transmissão também pode ocorrer por meio de objetos compartilhados, como comedouros, bebedouros, brinquedos e até mesmo caixas de areia.

Por isso, gatos que convivem juntos têm um risco maior de contrair a doença, principalmente se tiverem acesso à rua

Afinal, isso aumenta as chances de propagação da doença. A infecção de apenas um gato é suficiente para contaminar todos os outros gatos do ambiente.

Gatos filhotes correm um risco maior de desenvolver infecções secundárias persistentes, já que seu sistema imunológico não está fortalecido.

De acordo com a revisão sobre a doença, isso pode ocorrer por dois motivos:

  • Os filhotes possuem um número maior de receptores celulares que são infectados pelo FeLV;
  • Gatos adultos, com mais de 3 anos, possuem uma taxa maior de anticorpos anti-FeLV.

Felizmente, o vírus não sobrevive por muito tempo fora de um corpo hospedeiro, apenas alguns minutos no ambiente. 

E ele pode ser facilmente eliminado com a higienização dos ambientes com um detergente comum.

Portanto, a limpeza adequada já é o suficiente para reduzir a contaminação.

Leucemia felina: sintomas

Sintomas da leucemia felina
Apatia
Febre
Anemia
Perda de peso
Vômitos
Febre
Depressão
Linfomas
Estomatites
Supressão da medula óssea

A FeLV apresenta diferentes sinais clínicos após a exposição, que podem ser influenciados por fatores como:

  • Resposta imunológica;
  • Cepa viral;
  • Idade do animal;
  • Estado geral de saúde. 

Após a infecção, os gatos podem desenvolver infecções regressivas, no qual o sistema imunológico consegue neutralizar o vírus.

Em outros casos, o gato é acometido por infecções progressivas, que levam a sérias complicações. 

Isso porque os felinos se tornam vulneráveis a infecções secundárias, o que aumenta o risco de doenças como gengivite, infecções respiratórias e outras condições.

Portanto, os sintomas podem ser causados diretamente pela leucemia felina viral ou pelas infecções secundárias. 

Estudos mostram que uma proporção significativa de gatos infectados apresenta doenças secundárias, como mostra uma revisão bibliográfica da leucemia felina viral (FeLV).

Linfomas e anemia são as condições mais comuns associadas à leucemia felina. 

Além disso, o retrovírus pode gerar complicações hematológicas, como a anemia não regenerativa, resultante da supressão da medula óssea. 

A identificação precoce e o manejo adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos felinos afetados e minimizar os riscos de transmissão e complicações associadas à doença.

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Diagnóstico de leucemia viral felina

O diagnóstico da FeLV envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais. 

Entenda quais são os principais métodos utilizados:

Exame clínico

Avaliação de sinais físicos como:

  • Membranas mucosas pálidas;
  • Derrame pleural;
  • Anomalias intraoculares;
  • Massas intra-abdominais palpáveis;
  • Aumento do baço, fígado e rins.

Exames Laboratoriais

Hemograma

  • Anemia regenerativa ou arregenerativa;
  • Possível trombocitopenia;
  • Linfopenia;
  • Neutropenia;
  • Alterações nas hemácias, como presença de hemácias nucleadas.

Bioquímica sanguínea

  • Aumento das enzimas hepáticas;
  • Hiperbilirrubinemia;
  • Azotemia.

Testes de diagnósticos

ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay)

  • Detecta o antígeno p27 em sangue, soro, plasma, saliva ou lágrimas;
  • Principal método de triagem, com maior precisão quando realizado em soro;
  • Resultados positivos devem ser confirmados com outros testes.

Recomenda-se repetir o teste ELISA após 30 dias se houver suspeita de infecção, especialmente se o primeiro resultado for negativo.

Um resultado positivo no ELISA indica infecção, mas não necessariamente a doença.

Imunofluorescência direta (DFA)

  • Identifica antígenos em esfregaços sanguíneos ou tecidos;
  • Não é considerado um bom teste de triagem devido à sua baixa coincidência com a presença de antígenos no soro.

PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)

  • Detecta DNA proviral em leucócitos ou aspirados de medula óssea;
  • Sensível e pode identificar a infecção antes da presença de antígenos no soro.

Testes adicionais, como a PCR, são indicados para esclarecer resultados discordantes entre ELISA e outros métodos.

Isolamento viral

  • Método definitivo que detecta vírus infecciosos, mas não é comum na rotina devido à sua complexidade.

Equipamentos veterinários para diagnóstico de FeLV

Eletrocardiógrafo (ECG)

Embora o ECG seja mais comumente usado para avaliar a atividade elétrica do coração, ele pode ser útil em cães com leucemia. Isso porque a condição pode afetar a saúde cardiovascular.

Doppler vascular

Pode ajudar a identificar problemas circulatórios associados à leucemia, como trombose ou alterações na perfusão sanguínea.

Leia mais sobre: 

Doppler veterinário: conheça as possibilidades deste aparelho 

Monitor multiparamétrico

É essencial para detectar alterações nos sinais vitais que podem ocorrer em gatos com leucemia, como variações na frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio.

Aparelho de anestesia inalatória

Em casos de leucemia felina, pode ser necessário realizar biópsias ou outros procedimentos invasivos, na qual a anestesia adequada é crucial para a segurança do paciente.

Bisturi eletrônico

Pode ser necessário durante a remoção de tumores ou biópsias em gatos diagnosticados com leucemia, proporcionando maior precisão e menos sangramento.

Laser veterinário

Pode ser empregado na remoção de tecidos afetados ou em procedimentos que exigem menos trauma, o que é especialmente importante em cães com leucemia.

Foco cirúrgico

Uma iluminação adequada é fundamental em cirurgias, nas quais a precisão é fundamental para o sucesso da operação e a segurança do paciente.

A leucemia felina passa para humanos?

Apesar de compartilharem o mesmo nome, a leucemia felina não tem qualquer relação com a leucemia em humanos.

A primeira tem origem viral, enquanto a segunda é de natureza hematológica. Além disso, a FeLV é uma doença exclusiva dos gatos, portanto, não passa para humanos.

Isso ocorre por causa da diferença dos receptores celulares presentes nos gatos. Nos humanos, o vírus não consegue se ligar aos receptores.

A leucemia felina tem cura?

Infelizmente, a leucemia não tem cura. Mas, apesar disso, um gato infectado pode viver por anos sem apresentar sintomas.

Portanto, decisões sobre eutanásia devem considerar a saúde geral do animal e não apenas os resultados do teste.

Leucemia felina: tratamento

Embora não haja cura para a infecção, existem medidas que podem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida do gato infectado. 

Dessa forma, é possível que a doença entre em remissão.

A expectativa de vida de gatos com infecção persistente é de cerca de 2 anos. Contudo, os felinos assintomáticos podem viver por vários anos ainda.

O tratamento envolve uma combinação de cuidados médicos, suporte nutricional e medidas preventivas para controlar a transmissão da doença.

Em primeiro lugar, é essencial que o animal tenha uma dieta balanceada. 

A ração, o sachê ou o patê devem fornecer os nutrientes necessários para as necessidades nutricionais dos gatos.

Segundo as revisões sobre a leucemia viral felina, a zidovudina (AZT) é uma das principais opções, embora não elimine o vírus em felinos persistentemente infectados. 

Outras drogas como didanosina, ribavirina e foscarnet estão sendo estudadas, mas sua eficácia em gatos ainda não foi amplamente comprovada.

O uso de interferon-α humano e outras substâncias imunomoduladoras pode ajudar a melhorar a resposta imunológica do gato. 

Prevenção contra a disseminação

Vacina para a leucemia felina 

A vacinação é uma forma eficaz de prevenção, principalmente para gatos que têm acesso à rua ou outros felinos.

A vacina para leucemia felina viral é a vacina quíntupla (V5), que protege os gatos contra 5 doenças no total.

Para gatos filhotes, o protocolo de vacinação inclui 2 doses:

  • A primeira dose geralmente é administrada entre 6 e 8 semanas de idade;
  • A segunda dose deve ser aplicada três a quatro semanas depois.

Gatos adultos que nunca foram vacinados também devem seguir o mesmo protocolo, com o mesmo intervalo entre as doses.

Posteriormente, é necessário realizar doses de reforço anuais. Essas vacinas ajudam a manter a imunidade do gato contra as doenças para as quais ele foi vacinado.

Apesar disso, é importante ressaltar que mesmo animais vacinados correm chances mínimas de serem contaminados.

Por isso, é essencial orientar os tutores sobre a restrição do convívio do felino com gatos estranhos, principalmente sem vacina, e o acesso à rua.

No entanto, a vacina é recomendada somente para pets que ainda não foram infectados, já que é uma forma de prevenção, não de tratamento.

Exames regulares

Caso o gato tenha acesso a ambientes externos, deve-se realizar exames regularmente para detectar a doença precocemente. 

Em gatos infectados, o check-up de exames deve ser realizado, pelo menos, duas vezes ao ano, para monitorar a saúde do animal e identificar possíveis complicações precocemente.

Isolamento

O isolamento de gatos contaminados é indispensável para evitar a disseminação e o risco de infecções em outros gatos.

Mesmo que o felino conviva com outros animais vacinados, é importante mantê-lo em um ambiente interno separado.

Além disso, fêmeas positivas para FeLV não devem procriar, para evitar que transmitam o vírus a seus filhotes.

Higienização do ambiente

É fundamental evitar o contato entre gatos infectados e não infectados. Isso inclui não compartilhar comedouros e bebedouros, manter os gatos dentro de casa e isolar aqueles que testaram positivo. 

Portando, a desinfecção regular dos ambientes onde os gatos vivem é essencial para prevenir a transmissão do vírus.

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