A hidrocefalia em cães é um problema que pode atingir não só filhotes, como também animais adultos e idosos. A condição se manifesta sob duas formas: hidrocefalia congênita e hidrocefalia adquirida.
Portanto, ela pode acometer qualquer espécie de cachorro, apesar de algumas raças apresentarem uma predisposição para a doença, como as raças pequenas, micros e toys:
- Chihuahua;
- Pinscher;
- Bulldog Inglês;
- Yorkshire;
- Maltês;
- Lhasa Apso;
- Pug;
- Shih Tzu;
- Lulu da Pomerânia, entre outros.
Além disso, as raças braquicefálicas também costumam sofrer com esta doença, por causa do formato do seu crânio.
Então, para conhecer melhor sobre a hidrocefalia em cães, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento, continue sua leitura para entender como providenciar um atendimento eficiente e seguro para seus pacientes.
Hidrocefalia em cães: o que é?
É uma doença na qual ocorre o acúmulo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no crânio do animal, que gera dilatação dos ventrículos cerebrais.
Por consequência, ocorre o aumento da pressão intracraniana, o que provoca lesões nos tecidos cerebrais, que podem ser permanentes.
Inclusive, esta doença pode levar o animal de estimação a óbito, caso não receba os devidos cuidados ou o diagnóstico seja realizado tardiamente.
E como abordamos no início do texto, existem duas formas da doença se apresentar.
De acordo com o “Estudo de Caso de Hidrocefalia Congênita Grave em Cão”, a hidrocefalia congênita é mais comum em raças miniaturas e os braquicefálicos. Já a hidrocefalia adquirida pode acometer qualquer raça.
Hidrocefalia congênita
A doença está associada à malformação do crânio durante a gestação. Isso ocorre por causa da fusão de uma área do cérebro, chamada de colículo rostral, que estreita os dutos por onde o LCR se transporta.
Com isso, o líquido é direcionado para a massa branca do cérebro, o que provoca pressão e inchaço.
Existe uma relação hereditária nessa doença, portanto, está relacionada à raça do cachorro. Se o filhote é diagnosticado com hidrocefalia, é muito provável que os pais tenham o gene da doença, e que ele também passe o gene adiante.
Além disso, a doença pode se manifestar por causa de hemorragia cerebral no filhote, infecção pré-natal ou exposição a certos tipos de medicamentos durante a gestação da fêmea.
Hidrocefalia adquirida
Esta forma da doença pode ocorrer em cães de todas as idades, mas é mais comum em cães mais velhos. Veja quais são as principais causas:
- Deficiência de vitamina A;
- Infecções virais e bacterianas;
- Tumores cerebrais;
- Hipertensão intracraniana.
Portanto, não está relacionada a fatores genéticos ou complicações durante a gestação ou o parto, mas sim às condições que alteram o tamanho dos dutos.
Mas, também de acordo com o ”Estudo de Caso de Hidrocefalia Congênita Grave em Cão”, pode estar relacionada com o desequilíbrio na produção de líquido cefalorraquidiano.
Nesse caso, é chamada de hidrocefalia obstrutiva.
Hidrocefalia em cães: sintomas
No caso da patologia congênita, a principal forma de identificar a doença é pelo formato do crânio, que apresenta um aumento no volume da abóbada do crânio.
Outro sinal clínico que também pode ocorrer é o estrabismo ventrolateral bilateral, que ocorre por causa da pressão do líquido na órbita durante a gestação.
Além disso, a hidrocefalia congênita, assim como a hidrocefalia adquirida, também pode apresentar outros sintomas, como:
- Cegueira;
- Convulsões;
- Olhos saltados;
- Falta de coordenação motora;
- Dificuldade em deglutir.
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Hidrocefalia em cães: diagnóstico é concluído com exames
Os sinais clínicos podem ser identificados pelos tutores, mas a conclusão do diagnóstico só pode ser realizada pelo veterinário com o auxílio de uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.
Geralmente, é possível realizar o diagnóstico da hidrocefalia congênita em filhotes com menos de 1 ano de idade.
Para realizar o diagnóstico, é necessário tranquilizar o animal, e a forma mais eficiente fazê-lo é com a administração de anestesia inalatória.
Isso porque, além de oferecer uma resposta mais rápida no organismo do paciente, permite uma interrupção do agente anestésico mais segura e provoca menos estresse no animal.
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Hidrocefalia em cães: tratamento
Uma pergunta que os tutores podem fazer acerca da doença é se a hidrocefalia em cães tem cura. Para a hidrocefalia adquirida, é possível eliminar a causa da doença e, posteriormente, tratar os sintomas.
Para a hidrocefalia congênita, não existe uma cura que consiga reverter todas as alterações causadas pela doença. Portanto, o tratamento consiste em aliviar os sintomas.
Hidrocefalia em cães: tratamento medicamentoso
O tratamento clínico consiste em diminuir a produção do líquido cefalorraquidiano com o uso de corticoides e diuréticos, que é mais eficaz para o tratamento da hidrocefalia adquirida.
Hidrocefalia em cães: tratamento cirúrgico
Para tratar a hidrocefalia congênita, é mais eficaz a realização de uma cirurgia, com a colocação de um shunt, para desviar a passagem do líquido para outro local, geralmente, para a cavidade peritoneal.
Para realizar o procedimento cirúrgico, é essencial que o veterinário promova o máximo de conforto e segurança para o animal.
Portanto, é necessário que utilize um conjunto de equipamentos veterinários que possibilitem a operação, tais como:
- Aparelho de anestesia inalatória, para administrar o agentes anestésico de forma controlada;
- Aquecedor cirúrgico, para regular a temperatura corporal;
- Monitor multiparamétrico, para monitorar os sinais vitais do paciente;
- Doppler vascular, para avaliar o fluxo sanguíneo e a pressão arterial;
- Bisturi eletrônico veterinário, para realizar incisões mais precisas;
- Laser veterinário, para acelerar o processo de cicatrização e fechar feridas e cortes;
- Foco cirúrgico, para melhorar a visibilidade da área do procedimento.
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